Se você tem um pouco mais de conhecimento de personalidades da internet, deve saber quem é Felipe Castanhari. O twitter hoje (17/07/20) estava agitado porque ele e a Netflix fizeram uma parceria para uma série de conteúdos históricos, seguindo a linha de vídeos que ele já vem fazendo em seu canal.
E aí tivemos basicamente dois lados: quem ficou do lado do Castanhari, com a ideia de disseminação de conhecimento, ao facilitar não somente o acesso como a linguagem e abordagem; e quem ficou contra, ao falar da impossibilidade de um Youtuber sem formação em História ensinar o assunto.
Os argumentos do lado do Castanhari dizem que: ele tem uma equipe de especialistas capacitados que produzem o conteúdo de fato para ele, e ele só apresenta. Há quem argumente que a transmissão de conteúdo precisa ser feita por quem sabe falar. Às vezes alguém tem conhecimento de algum tema, mas não leva jeito para falar com o público, por exemplo. E ele, como sabe, facilita esse caminho.
Contra ele, disseram que ele nunca forneceu as fontes de onde tira as informações, afirmando que há muita coisa equivocada, ou uma maneira superficial de abordar os assuntos. E que seguimos num país em que os próprios profissionais não são escolhidos para atuar na área em que se formaram, mas sim celebridades, apenas para chamar atenção do público.
Eu entendo os dois lados. Mas as pessoas gostam de reclamar que o que faz sucesso no Youtube é muito besteirol, e eu acho legal que ele tenha tanto alcance com outro tipo de assunto, que pode até despertar o interesse de muitos jovens a buscar mais conhecimento. Por outro lado, é preciso mais transparência. Fazer conteúdo acadêmico precisa de responsabilidade e referencial teórico. Quem disse isso? Quem fez esse estudo? Em quem você se baseou? Você não pode escrever um artigo sem a fundamentação teórica, e acredito que um vídeo que se propõem a falar de assuntos sérios também deveria seguir algumas regras da ABNT, digamos assim.
Se ele pode ser um porta-voz de um conhecimento bem fundamentado, com fontes sérias, isso seria ótimo sim. Em vez de só atacar e reclamar das empreitadas das pessoas, poderíamos sugerir alterações benéficas a fim de melhorar a proposta da pessoa e não impedi-la.