Sou o tipo de pessoa apaixonada pelos detalhes mais comuns da vida natural. Às vezes devo parecer meio doida por tirar foto de algo que está sempre ali, mas é que felizmente eu consegui me admirar todos os dias com o nascer e deitar do sol, como se fosse a primeira vez que vejo.
Outro dia o céu estava tão azul (depois de dias de chuva a gente se admira) e eu não fiz escolha se não fazer um álbum de fotos (aqui). Daí fiquei refletindo o quanto eu pareço besta em ficar turistando coisas que estão sempre ali. Outras vezes, passando de ônibus (claro né) pela Beira Mar, eu me perco totalmente olhando as cores entre o céu e o mar, tanto no amanhecer quanto no anoitecer.
O final da tarde quando tudo fica num tom amarelado meio que laranja porque o sol já se despede, em também sento na porta e pego um livro pra aproveitar aquela luz divina até que ela se vá completamente.
Numa noite que a energia foi embora e o céu quase se encheu de estrelas, vi um vaga-lume piscando na rua e fiquei feliz, pois fazia anos que não via um. Em outro anoitecer, semanas depois, a lua enorme, pesada e quase laranja começava a subir no horizonte por detrás das casas irregulares e eu tive que parar por minutos para olhar a rainha da noite entrar.
Acho que parar para observar a beleza ao redor e nunca se cansar dela, consequentemente dá beleza e cor aos nossos dias acinzentados, quentes e mórbidos.