Me deparei com esse estilo de escrita recentemente, chamado Fluxo de Consciência, numa disciplina que fiz semestre passado... ou ano passado? Nem lembro, é a mesma professora da reunião de hoje pra qual eu ainda não li o texto o que estou fazendo? Amanheceu frio e me deixou com preguiça pra qualquer coisa faltei a aula que disse que não faltaria mas a preguiça minha cama e o fato de ainda ter algumas faltas pra usar me fizeram pensar que dava pra faltar hoje ainda cansada de ontem a noite que é o dia que eu chego em casa bem tarde da noite e por vezes não janto como quero engordar? ou simplesmente não adoecer de fraqueza barra falta de saúde felizmente o café da manhã foi melhor e agora vou descobrir o que almoçar depois de escrever alguns textos vou pesquisar sobre o que ainda.
Que loucura você acabou de ler? Nada melhor do que falar sobre um assunto dando logo um exemplo dele. O parágrafo acima foi minha tentativa simples de fazer quem ainda não conhecia o Fluxo de Consciência ter uma noção do que é isso. A ideia é que você tenta seguir o pensamento do personagem em uma obra literária. Já parou pra observar como você pensa? Não há pontos, vírgulas, e às vezes não tem ligação uma coisa com a outra. Você só vai pensando e os pensamentos correm livres, se sobrepondo, se anulando, se expandindo... Mas obviamente você consegue entender tudo o que pensou, agora imagina ler isso? Pois existem muitos livros que têm esse estilo e é uma barra para ler, como o que eu estudei um pouquinho chamado Ulisses, de James Joyce. Quer se arriscar? Boa sorte.
Trecho final de Ulisses, do pensamento da esposa do protagonista (é um trecho mas na verdade não tem como começar porque não tem pontuação):
"(...) e a noite em que perdemos o barco em Algecira o vigia andando à volta sereno com sua lâmpada e Ó a terrível torrente que desabou Ó e o mar o mar carmesim às vezes como fogo e os gloriosos crepúsculos e as figuras nos jardins da Alameda sim e todas as ruazinhas estranhas e as casas rosa e azuis e amarelas e os jardins-de-rosas e os jasmins e os gerânios e cactos e Gibraltar quando eu era uma mocinha onde eu era uma Flor da montanha sim quando eu pus uma rosa no meu cabelo como as moças andaluzas usavam ou será que eu vou usar uma vermelha sim e como ele me beijou debaixo do muro mouresco e eu pensei bem tanto faz ele como um outro e então eu lhe pedi com meus olhos que pedisse novamente sim e então ele me pediu se eu queria sim dizer sim minha flor da montanha e primeiro eu pus meus braços à sua volta sim e o arrastei para baixo sobre mim para que ele pudesse sentir meus seios todos perfume sim e seu coração disparou como louco e sim eu disse sim eu quero Sim." (por LeLivros.link).