Hoje terminei de ler o livro da TAG de outubro, que tem como título As Alegrias da Maternidade, de Buchi Emecheta, que é um título irônico, porque durante a leitura você vai ver que "alegrias" são essas. Desse modo, pensei que "as alegrias da pobreza" seria igualmente um título irônico ao texto de hoje.
Antes de terminar o último capítulo do livro, eu resolvi comer alguma coisa. Fiz café, peguei uns biscoitos do armário e a margarina. Quando eu preparei meu lanchinho, percebi o quanto gostoso estava e o quanto eu estava feliz por comer aquilo. Como o livro falava sobre pobreza (mas ao mesmo tempo a minha condição é mil vezes melhor que a dos personagens da narrativa), fiquei pensando nas alegrias e nos pequenos prazeres da vida de um pobre, e resolvi fazer uma pequena lista que quem for pobre vai se identificar.
Você fica muito feliz em encontrar dinheiro no bolso ou na rua. Você acha mesmo que faz diferença pra um rico encontrar 50 reais no bolso? Tanto faz, ele tem notas de 50 espalhadas em todo lugar da casa! Ou você acha que uma pessoa rica ajuntaria dinheiro do chão? Ela só anda de carro, ué! Agora um pobre achar cinco reais no bolso que nem lembrava ou dez reais na rua, meu Deus, virou um príncipe árabe!
Você fica feliz quando turbina o seu guarda roupa com roupas boas USADAS! Eu sei que tem muito pobre orgulhoso, mas eu não sou dessas. Tenho roupa que foi doada "da sua prima Verônica" (pra quem pegar referência) e não tô nem aí, uso mesmo, ué. A roupa estando em bom estado, o que tem? Assim como eu também dou as roupas que não servem mais em mim - porque eu engordei, aeeee !
Você desfruta das diversas, baratas e deliciosas combinações possíveis com café. Não que rico não beba café, mas a relação de um pobre com um café é outra coisa. A gente não toma café necessariamente por apreciação, mas sim porque é o que tem pro café da manhã. A gente é pobre demais pra ter suco ou leite ou nescau como café da manhã todos os dias, então a gente rebola pra combinar café com farinha, pão, beiju, cuscuz, biscoito, ovo, peixe frito, camarão... - não que eu aprecie as duas últimas.
Você dá valor aos seus bens materiais, porque você sabe que custou seu suor para tê-los.
Essas são algumas das alegrias da pobreza que quem nasceu rico, nunca vai sentir o gostinho.
Antes de terminar o último capítulo do livro, eu resolvi comer alguma coisa. Fiz café, peguei uns biscoitos do armário e a margarina. Quando eu preparei meu lanchinho, percebi o quanto gostoso estava e o quanto eu estava feliz por comer aquilo. Como o livro falava sobre pobreza (mas ao mesmo tempo a minha condição é mil vezes melhor que a dos personagens da narrativa), fiquei pensando nas alegrias e nos pequenos prazeres da vida de um pobre, e resolvi fazer uma pequena lista que quem for pobre vai se identificar.
Você fica muito feliz em encontrar dinheiro no bolso ou na rua. Você acha mesmo que faz diferença pra um rico encontrar 50 reais no bolso? Tanto faz, ele tem notas de 50 espalhadas em todo lugar da casa! Ou você acha que uma pessoa rica ajuntaria dinheiro do chão? Ela só anda de carro, ué! Agora um pobre achar cinco reais no bolso que nem lembrava ou dez reais na rua, meu Deus, virou um príncipe árabe!
Você fica feliz quando turbina o seu guarda roupa com roupas boas USADAS! Eu sei que tem muito pobre orgulhoso, mas eu não sou dessas. Tenho roupa que foi doada "da sua prima Verônica" (pra quem pegar referência) e não tô nem aí, uso mesmo, ué. A roupa estando em bom estado, o que tem? Assim como eu também dou as roupas que não servem mais em mim - porque eu engordei, aeeee !
Você desfruta das diversas, baratas e deliciosas combinações possíveis com café. Não que rico não beba café, mas a relação de um pobre com um café é outra coisa. A gente não toma café necessariamente por apreciação, mas sim porque é o que tem pro café da manhã. A gente é pobre demais pra ter suco ou leite ou nescau como café da manhã todos os dias, então a gente rebola pra combinar café com farinha, pão, beiju, cuscuz, biscoito, ovo, peixe frito, camarão... - não que eu aprecie as duas últimas.
Você dá valor aos seus bens materiais, porque você sabe que custou seu suor para tê-los.
Essas são algumas das alegrias da pobreza que quem nasceu rico, nunca vai sentir o gostinho.