A primeira vez que escrevi um artigo acadêmico sobre uma obra literária foi "As representações femininas em Nineteen Eighty Four, de George Orwell", para um congresso em Teresina - que também foi a primeira e única vez que saí do Maranhão.
Ao ler essa obra, entendi porque ela é tão aclamada. Sério, todos deveriam ler. Não é exatamente ficção científica: é distopia, é sobre um sociedade controlada por meio da tecnologia, trata de temas mais pessimistas.
O protagonista se chama Winston, e ele trabalha para o governo, chamado simplesmente de o Partido. O líder supremo da sociedade é um tal Grande Irmão, e todas as pessoas são vigiadas em todos os lugares por teletelas, que são máquinas que filmam mas também exibem imagens. Através disso, as pessoas tem o comportamento e até o pensamento controlado; tudo a favor do Partido.
Daí, pegaram a ideia do Big Brother (Grande Irmão), das câmeras vigilantes, e criaram esse reality show bosta, especialmente no Brasil que insistem em repetir ano após anos, pessoas toscas e aleatórias juntas numa casa sem motivo algum, pra no final dar uma grana gratuitamente a um vencedor não sei como, uma grana que posso passar a vida toda trabalhando e não vou conseguir juntar.
A ideia das câmeras que te vigiam não é só pra ver o que você faz, mas para impedir que você tenha controle sobre sua própria vida. Caso contrário, você vai ser torturado até voltar a ser amante do Partido. Sério, leia esse livro. Você vai ser outra pessoa depois dele. O que já não acontece depois de assistir o reality show: nada vai mudar em você.
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