Eu criei uma atividade com os meus alunos de inglês dos níveis mais altos que desenvolvesse a fluência deles. A atividade tem uma proposta simples: criar um personagem que eles usem para fazer coisas que normalmente eles não fazem. Por exemplo, às vezes pergunto: What did you do last week? (o que você fez semana passada?) e eles respondem coisas básicas e simples demais: I went to school. I did nothing (eu fui pra escola. Não fiz nada) e realmente eles não fazem. Mas é necessário que eles falem, porque afinal eles estão no curso de inglês pra FALAR EM INGLÊS.
Assim, o personagem é a escapatória. Eles podem criar um milhão de coisas fora do comum e são forçados a falar bastante. A princípio eu pedi que apresentassem o personagem, dessem as características deles, até mesmo físicas, e sabe o que percebi? Eles praticamente se descreveram.
Quem era loiro e tinha os olhos claros, criou um personagem com as mesmas características. Quem era negro e tinha o cabelo cacheado ou crespo, fez o personagem igual. Ninguém branco fez um personagem negro, ninguém negro fez um personagem branco. Todos queriam ser representados.
Agora imagina você viver em um mundo em que tudo o que exaltado como bonito e desejado é totalmente diferente de como você é? Triste, não? Você se sente super mal. É por isso que se fala em racismo. Em representatividade. As pessoas são diferentes, todas precisam ser igualmente representadas. Como vamos ilustrar as coisas somente com brancos (europeus) uma vez que temos índios, negros, asiáticos, etc?
Faça o teste. Pesquise mulheres bonitas no Google imagens e veja depois de quantas fotos finalmente aparece a Beyoncé. O mesmo acontece com homens (que tiveram mais sorte na primeira página de resultados). Confira:
![]() |
no celular, clique na foto para aumentar |
![]() |
no celular, clique na foto para aumentar |
O que fica dessa pesquisa é que para uma pessoa ser bonita é necessário antes de tudo que ela seja branca estilo europeu.