Em um domingo à noite eu estava assistindo Pânico na Band, como de costume, mas como o quadro ficou meio nojento (pessoas comendo larvas por audiência), eu decidi mudar de canal e fui parar na Globo, com uma triste matéria sobre os problemas da África com os quais praticamente nós já nos acostumamos. Pobreza, miséria, fome, sede, doenças.
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''A África é assim mesmo" |
Como alguém já fez o cálculo, as pessoas mais ricas do mundo atualmente são capazes de acabar com a fome do mundo, mas é óbvio que isso nunca vai acontecer. A gente fica triste quando vê essas reportagens e toma conhecimento desses dados lamentáveis das regiões mais pobres desse imenso continente, mas de certa forma é um espanto comum. Já associamos África à miséria, e nos parece normal que assim seja, nós já conhecemos esse continente dessa forma, parece que nasceram para sofrer. Brasil, o país do futebol; Estados Unidos, a superpotência; Japão, a país da tecnologia; África (que nem é um país, o que só reforça o apagamento das diferentes identidades), o lugar da miséria. Tem de ser assim? É um fato imutável?
Quando voltei pra continuar assistindo Pânico, até perdeu a graça durante uns minutos. Fiquei refletindo em quão confortável a minha vida é mas eu insisto em reclamar todo santo dia. Depois a tristeza reflexiva passou e eu voltei a minha vida boa, rindo das piadas do Pânico, como se ninguém no mundo amaria viver a vida que eu tenho.